Egas Moniz na estação do Porto

 

Quando vou ao Porto, a capital do Norte, lembro-me com frequência dos painéis que decoram a sala de entrada da Estação Ferroviária. Nunca me cansaram. E a minha preferida é a que representa um gesto de honra de Egas Moniz, perante o Rei de Leão, primo de D. Afonso Henriques. Como D. Afonso Henriques não cumpriu o acordo de obediência, garantido pelo seu aio, Egas Moniz, este foi apresentar-se, com sua família, para resgatar a palavra dada. O Rei de Leão terá ficado furioso, mas acabou por perdoar ao nosso Egas Moniz.

Férias em Serrazes


Sobre Serrazes, São Pedro do Sul, já escrevi vezes sem conta, mas volto sempre ao tema com medo de tudo o que é bom me escapar da memória. Há fotos que repito, agora com legenda gravada para não haver dúvidas. A razão é essa. Que me perdoem os que não gostem de rever e reler. E lá está a pedra da escrita.

BUÇACO - Passeio em família



 Gosto muito de recordar o que de bom aconteceu na vida. Todos gostamos, aliás. Foi a família toda, se me não falha a memória, e não faltou a merenda preparada ao sabor dos apetites.

Ilha da Madeira - Férias inesquecíveis


 Só fomos uma vez à encantadora Ilha da Madeira. Férias tranquilas, apesar de passearmos por todos os recantos. floridos e apaixonantes. O mar estava sempre a um canto dos nossos olhares. E pelos vistos, que as fotografias não mentem, estávamos na plenitude da vida. Vida pujante e apressada para ver tudo o que a Ilha da Madeira tem para oferecer. E muito era.

A SEGUNDA GRANDE GUERRA

O velho edifício da Escola da Cambeia, onde eu estudei.
Dois terços eram ocupados pelos alunos e um terço pelas alunas.
Nem todas frequentaram a 4.ª classe, por não ser obrigatório.  

Desde que nasci, em 1938, cedo comecei a ouvir falar da guerra e a sofrer as consequências dos conflitos. Só tenho memórias a partir dos meus 5 anos, como é normal entre as pessoas e em  1943/4 recordo um facto relacionado com o padeiro que nos vendia o pão fresco para o pequeno-almoço e para a merenda. O padeiro perguntou-me se a minha mãe tenha milho em alguma caixa e eu, ingenuamente, disse-lhe que tinha duas caixas cheias. Ele pegou-me na saca do pão e devolveu-ma vazia. De nada valeram os protestos da minha mãe e foram duas tias  que passaram a ceder-nos os pães de trigo.
Anos depois, soube que Portugal não entrou na guerra em troca do fornecimento de alimentos. E os agricultores tinham de manifestar junto do Regedor a produção das suas culturas, sobe pena de castigos.
Compreender-se-á, facilmente, que a fome grassava em Portugal, ou não a tivesse visto entre trabalhadores humildes de pé descalço, de mulheres que trabalhavam na agricultura de pequenos e grandes lavradores, de sol a sol, quer chovesse ou debaixo de sol escaldante.
Estas trabalhadoras agrícolas da nossa Gafanha eram, realmente, umas sacrificadas: Eram normalmente casadas, tinham vários filhos e os maridos trabalhavam no mar, na ria e em algumas empresas da nossa terra. As suas habitações eram modestas e os que ficavam com a quarta classe eram os melhores  As meninas estudavam até a terceira classe. Eram raras as que prosseguiam estudos depois do exame da quarta classe, que tinham de o fazer.
Da minha quarta classe, dois colegas foram para o seminário, como internos, deslocados das famílias e do mundo real. Eu segui para a Escola Comercial.

F. M. 

Recordar é viver - Caminhos de Santiago


As peregrinações a Santiago de Compostela vieram hoje à tona do meu cérebro por uma revista, quando andava a arrumar livros. Foi o suficiente para evocar o sentimento piedoso de peregrinos incontáveis cujas marcas ficaram gravadas  numa coluna da catedral.

Passagem pelo Porto



Passei ontem pelo Porto para visitar familiares, que encontrei felizes. A cidade invicta, que está na minha memória e no meu coração, permanece como sempre a conheci, com as transformações próprias da  evolução dos tempos.
O que por lá se respira será diferente, pela força da população, das indústrias e comércio, mas na minha alma o Porto é sempre o mesmo, a Invicta, onde há séculos os nobres não podiam estacionar por lá mais de três dias seguidos. Era e é uma cidade onde o povo é rei, povo de trabalho, de lutas e desafios.
Na juventude, morei no Porto três anos a estudar e nas horas vagas, em especial aos fins-de-semana, calcorreei avenidas, ruas e ruelas, entrei em livrarias e alfarrabistas, e tomava a bica em cafés aristocratas e nos de gente humilde, comi tripas à moda do Porto e tempos depois assisti à montagens do arco de fecho da Ponte da Arrábida. A célebre ponte contou com projeto do Engenheiro Edgar Cardoso e a responsabilidade da construção do Engenheiro José Pereira Zagallo, de Aveiro.

Egas Moniz na estação do Porto

  Quando vou ao Porto, a capital do Norte, lembro-me com frequência dos painéis que decoram a sala de entrada da Estação Ferroviária. Nunca ...