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Homenagem: Irmã Maria Rosa



Partamos 

Partamos!...
a sorrir… de mãos dadas…
olhos presos no azul do Infinito…
embriagando-nos de luz…
— da luz pura e renovadora da Verdade —
galgando «encostas»…
escalando «rochedos»…
conquistando, enfim, as cristas nevadas!...

Ferimos as mãos?...
Tingimos de sangue as pedras dos caminhos?...
Sentimos vertigens à borda de abismos?...
Que importa?

Todo o esforço é uma conquista…
a vida é uma conquista…
que nos deixará na alma, no coração,
em todo o nosso ser, uma alegria justa e imensa…
— a alegria indizível de vencer!...

Subamos!...
É preciso subir para viver…
Subir para ver mais longe…
Subir para compreender os nossos irmãos…
Subir para abraçar a Humanidade inteira…

Partamos, então, a sorrir, de mãos dadas…
Calcorreando caminhos e estradas...
cobertas de pó e de suor…
mas a cantar… a cantar…
irradiando à nossa volta
ALEGRIA
AMOR…

Irmã Maria Rosa

In Timoneiro, Fevereiro de 1984


NOTA: Presto hoje uma singela homenagem a uma pessoa que conheci na década de oitenta do século passado. Chamava-se Maria Rosa e era uma consagrada das Religiosas do Amor de Deus. Tirou o curso de Educadora de Infância já madura. E trabalhou, como coordenadora do jardim e Creche da Obra da Providência, durante algum tempo. Pessoa exigente, responsável e com capacidade de iniciativa. Frontal sem esconder o lado espiritual da vida. 
Há dias encontrei uns poemas seus no Timoneiro e tanto bastou para a lembrar com alguma emoção. Em momentos especiais não se esqueceu de mim. Regressou lá para os lados de Lisboa, onde continuou a trabalhar. Anos depois reconheci-a num concurso da Televisão, para conseguir fundos para uma acção que estava a desenvolver. Ganhou uma verba, que não consigo precisar, e ficou feliz. Soube, mais tarde, que tinha falecido.
Recordo-a com saudade.

FM

Obra da Providência — Padre Vidal


Padre Vidal

O encontro de Maria da Luz Rocha com o Padre Vidal, referido anteriormente, em data imprecisa de 1955, foi providencial. O Padre António Henriques Vidal, com os seus conhecimentos de iniciativas semelhantes e com a preocupação radical de levar à prática a Boa Nova de Jesus Cristo, abriu portas, sugeriu caminhos, procurou contactos e ajudou com indiscutível entusiasmo a obra nascente. Em boa hora, pois, se deslocou Maria da Luz a Aveiro, não apenas para passar pela Livraria Católica, mas também. Tinha por hábito fazer compras na cidade dos canais e na livraria procurava obras de formação cristã, para si e para emprestar a pessoas amigas. Agora, para se documentar sobre a melhor maneira de apoiar as raparigas e mulheres que estavam a ser encaminhadas para uma vida nova. 

UM PARTO NO MEU AUTOMÓVEL

Sede da Obra

Era certo que muitas raparigas entravam grávidas na Obra da Providência, algumas sem saberem, com rigor, o tempo de gravidez. Num princípio de tarde, uma jovem acolhida na casa alerta para a hora do parto. As dores começam a sentir-se e a angústia, natural, manifesta-se. Era necessário conduzi-la ao hospital da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, como era habitual em casos semelhantes.
Logo a seguir ao almoço, bateram à minha porta duas raparigas apoiadas pela Obra, com o apelo urgente de as ajudar, já que um parto estaria iminente. Apressei-me, naturalmente. A futura mãe entra no meu automóvel, com sinais evidentes de que a hora se aproximava. Deitada no banco de trás, começou a queixar-se. Sentada ao  meu lado,  Dona Maria da Luz Rocha, fundadora e diretora da instituição,  começou a animá-la, dizendo-lhe que faltava pouco para chegar ao hospital.


Egas Moniz na estação do Porto

  Quando vou ao Porto, a capital do Norte, lembro-me com frequência dos painéis que decoram a sala de entrada da Estação Ferroviária. Nunca ...