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O Ângelo Ribau também nasceu neste dia em 1937



Há tempos, perguntaram-me o que é que mais me marcou quando estive doente e acamado durante a minha juventude. Respondi, sem hesitar, que, durante esse período da minha vida, fiquei a saber quem eram os meus grandes amigos, mas também quem eram os falsos amigos. Os falsos amigos procurei esquecê-los; os grandes amigos têm lugar muito especial nas minhas memórias e no meu coração. 
Hoje, vou referir-me ao Ângelo Ribau Teixeira, porque nasceu no dia 17 de novembro de 1937 e porque me visitava todos os dias, Deixou-nos, prematuramente, em 11 de agosto de 2012. Digo prematuramente porque, numa lógica natural, poderia, como eu, estar no mundo terreno a saborear a vida, falando, lendo e escrevendo, concordando com o que eu publicava, mas também discordando com aquela franqueza que o caracterizava, sem papas na língua, o que me obrigava, por vezes, a reconstruir o meu pensamento a propósito de certos temas.
O Ângelo foi desde muito cedo um apaixonado pela música, como os demais irmãos, mas também pela fotografia, o que o levou a procurar conhecer até ao pormenor a evolução da arte de fotografar e de revelar o negativo, seguindo de muito de perto as técnicas usadas por Niépce e Daguerre, nos meados do século XIX. E com que arte e paixão utilizava os produtos químicos, o vidro e nem sei que mais para finalizar na impressão em papel. Na guerra colonial, não dispensou o equipamento portátil para fotografar e revelar as suas fotografias. E ainda escreveu “Retalhos das memórias de um ex-combatente” e o “Marnoto Gafanhão”. 
O meu saudoso amigo facilitou-me, durante a doença, o acesso à biblioteca do avô materno e dos tios, Diamantino Ribau e Josué Ribau, o primeiro padre e o segundo professor da matemática, cujos livros “devorei”, que pouco mais podia fazer. Mas ele também por ali ficava, à beira da cama, lendo, lendo e conversando sobre tudo e mais alguma coisa, fechando a conversa, inúmeras vezes!, com uma gargalhada que ainda estou a ouvir.

Fernando Martins

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